segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Pré-candidato, Ratinho Jr fala em resgatar “genialidade” de Curitiba

 
Sobre quem apoiar no 2º turno: “Nossa meta é estar no 2º turno, então nem trabalhamos com essa hipótese” (foto: Valquir Aureliano)
Um político por vocação, que já deixou um bom legado e que se  encaixa no perfil da nova safra de parlamentares que os brasileiros estão buscando. É assim que Carlos Roberto Massa Junior, mais conhecido como Ratinho Junior, se descreve. Com 30 anos  o parlamentar, que foi o deputado federal mais votado nas eleições de 2010, está arregaçando as mangas para conquistar um novo feito: ser eleito prefeito de Curitiba nas eleições do ano que vem.Sem apoio político de grandes partidos até o momento, Ratinho Junior revela em entrevista ao Jornal do Estado que apesar de não ter recebido o apoio de Osmar Dias (PDT), que foi seu candidato ao governo em 2010, seu projeto continua. Sem negar a frustração pela escolha do ex-senador por Gustavo Fruet, Ratinho Junior vibra com os apoios que vem conquistando dia a dia e faz críticas severas a atual gestão.
    O IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), a segurança pública e a mobilidade urbana são os principais alvos do deputado federal, que diz que em uma possível gestão sua como Prefeito, daria prioridade a estas áreas e voltaria a deixar Curitiba com um planejamento para décadas. “Não podemos mais correr apenas de medidas paliativas”, afirma. “Curitiba precisa resgatar a sua genialidade”.
    Em pouco menos de uma hora, o deputado demonstrou que mesmo não tendo ao seu lado o governador Beto Richa, considerado por ele o maior cabo eleitoral no Paraná, sua candidatura está embasada em projetos famosos com o metrô de Curitiba (que ele ajudou a viabilizar a verba) e no apoio de cabos eleitorais não menos famosos que o atual governador, a exemplo de seu pai, o apresentador de televisão Ratinho.


Jornal do Estado — Como o seu partido, o PSC, está se estruturando para a sua pré-candidatura à Prefeitura de Curitiba nas eleições de 2012?
Ratinho Júnior —
Na verdade nós estamos nos organizando há um bom tempo não só em Curitiba, como em todo o Paraná. A ideia é ter o maior numero de candidatos a prefeito e obviamente fazer o maior número de prefeitos eleitos no ano que vem. Em Curitiba nos organizamos bastante com a chapa de vereadores. Buscamos bons candidatos, candidatos de médio porte, sem trazer nenhum figurão para formar uma chapa que desse a oportunidade para todos os candidatos terem chance.

JE — E como está a viabilidade da sua candidatura? Já existe alguns partidos fechados em torno do seu nome?
RJ —
Alguns partidos têm conversado bastante com a gente. O PT do B, PR, PV, PC do B. São partidos que ainda não apresentaram candidatura própria e nem estão comprometidos com a candidatura do atual prefeito ou do Gustavo Fruet, então temos que buscar esses aliados. Com alguns a conversação já está bem avançada e com outros menos. O meu grande problema era viabilizar tempo de televisão. Uma candidatura à Prefeitura necessita de um tempo mínimo para disputar com condições de igualdade. O PT do B e o PR estão praticamente fechados conosco.

JE — Como está a sua relação com o Osmar Dias e o PDT pelo fato de eles terem lançado a candidatura de Gustavo Fruet, mesmo o senhor tendo apoiado o ex-senador na eleição para governador de 2010?
RJ —
Confesso que eu tinha a expectativa de ter o apoio do PDT. Com a ida do Gustavo as portas se fecharam para ter esse apoio do PDT à nossa candidatura. Mas nós vamos avançar, não vamos ficar parados. Continuo tendo um bom relacionamento com o Osmar, mas não posso dizer que não me frustrou um pouco essa não reciprocidade com o meu projeto.

JE — E as conversas com o PT? O senhor chegou a comentar que queria ser o candidato da presidente Dilma em Curitiba.
RJ — Tenho conversado com algumas lideranças importantes do PT, que têm poder de decisão no partido, como os deputados federais Dr Rosinha e Angelo Vanhoni, o deputado estadual Tadeu Veneri. Espero que caso eles não tenham candidatura própria, me apóiem. Acho que é o natural. Nós sempre estivemos ao lado deles. Apoiamos a candidatura do Osmar, apoiamos a candidatura da Gleisi para senadora e prefeita de Curitiba. É natural que haja uma contrapartida de apoiamento ao nosso projeto.Há uma divisão dentro do partido porque muitos querem determinado candidato, outros querem candidatura própria, outros apóiam o Gustavo, outros me apóiam, mas acho que se fizer uma avaliação dentro da militância do PT o nosso nome vai ter uma grande vantagem perante os outros, até pela nossa fidelidade até hoje com esse projeto.

JE — Já existe algum direcionamento do seu partido caso haja 2º turno em Curitiba e o senhor não esteja entre os candidatos?
RJ —
Nossa meta é estar no 2º turno, então nem trabalhamos com essa hipótese.

JE — Como o senhor avalia a cidade de Curitiba. Quais os pontos fortes e os fracos?
RJ — Os principais pontos fortes perante as demais capitais são a educação e saúde. Comparado com as demais, a cidade tem bons índic
es de aprovação nessas duas áreas. E os pontos fracos, na minha visão, são a mobilidade urbana, que ficou sem planejamento; a violência, que é indiretamente responsabilidade da Prefeitura; e também o enfraquecimento do IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba).

JE — Esses pontos fracos seriam conseqüentemente os pilares de sua campanha?
RJ —
Com certeza. Nosso grande objetivo é ser uma opção, um instrumento de soluções para os problemas da cidade. O IPPUC, que sempre foi o cérebro de Curitiba, uma referência na genialidade dos seus projetos, na busca de soluções, não é mais. O IPPUC sempre tinha as soluções para os problemas que ainda não existiam. Hoje não. Atualmente Curitiba corre atrás para tentar solucionar os problemas que já existem há alguns anos porque não foram solucionados. O IPPUC deixou de ser o grande cérebro da cidade. Tiraram do IPPUC e passaram para a Secretaria de Planejamento essa função estratégica de projetar a cidade para as próximas décadas.  E o que aconteceu é que acabam se tomando decisões muito mais políticas do que técnicas. A nossa grande meta é poder trazer essa genialidade de novo para Curitiba. Hoje todas as decisões para resolver problemas são paliativas.

JE — Essa questão de falta de planejamento é um fator que levou aos problemas de mobilidade, citados pelo senhor?
RJ —
Com certeza isso passa em especial pela mobilidade. Estive em Taiwan em maio e fui conhecer sistema de metrô deles, que teve investimentos desde 1994. Dezesseis anos depois, eles têm 100 quilômetros de metrô e até 2016 vão ter mais 40. Nós estamos tendo dificuldade de fazer 14. Vamos levar de seis a sete anos para conseguir fazer isso, que deveria ter sido planejado há muito tempo. Falta planejamento a longo prazo.

Fonte: http://www.bemparana.com.br/index.php?n=195609&t=pre-candidato-ratinho-jr-fala-em-resgatar-genialidade-de-curitiba 

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